O vinho é uma bebida milenar produzida e consumida em todos os continentes. Há uma grande variedade de produtos à disposição no mercado, e a qualidade deles melhora constantemente. Isso graças ao aperfeiçoamento das técnicas de envelhecimento e o desenvolvimento da ciência aplicada à produção das videiras.
Mas existem alguns países produtores de vinho que são tradicionais, nos quais o consumo e a produção da bebida estão fortemente ligados à própria identidade da nação. Vamos ver quais são eles, as principais características de cada um e ainda algumas boas dicas sobre vinho. Então, continue a leitura!
O destaque dos vinhos estrangeiros no mercado brasileiro
O Brasil já se tornou um reconhecido produtor de vinho e tem rótulos bastante premiados. Não é pela ausência de bons vinhos nacionais que os vinhos estrangeiros têm uma grande parcela do nosso mercado. Isso acontece pela excelência incomparável que alguns deles têm, tanto pelo terroir quanto por tradições específicas de determinados lugares no mundo.
Há ainda outros motivos que fazem com que haja uma prevalência de vinhos estrangeiros nas adegas brasileiras. Entre eles a imensa variedade e quantidade significativa de produtores ao redor do mundo. Mesmo com diferenças cambiais e despesas com importação, é possível dizer que há equivalência entre as bebidas disponíveis no mercado, independentemente da nacionalidade.
Os principais produtores
Vejamos alguns dos mais famosos países produtores de vinhos e quais são as características que fazem deles uma referência na tradição da bebida. Ressaltando que não há hierarquia entre eles e que alguns dos melhores vinhos do mundo atualmente são produzidos em países que não constam na lista, inclusive o Brasil.
Chile
De todo o Novo Mundo, o Chile é, certamente, o mais respeitado produtor de vinho. As videiras foram introduzidas durante a colonização espanhola e se desenvolveram muito bem na região. Ele está hoje entre os maiores produtores e exportadores de vinho no mundo todo, e seus vinicultores são premiados com frequência.
As suas características geográficas favoreceram o cultivo de variedades francesas como Cabernet Sauvignon, Merlot e Camenère. O terroir chileno adicionou uma personalidade a elas que foi muito bem recebida pelos consumidores e que terminou por estabelecer o país como um grande produtor da bebida.
Portugal
Portugal é um produtor bastante tradicional. Os primeiros registros do cultivo de vinho na região estão relacionados à expansão do Império Romano, há mais de 2 mil anos. Os vinhos portugueses mais reconhecidos e apreciados são aqueles ligados a indicações geográficas bastante específicas.
Entre eles estão o Vinho do Porto e o Vinho Verde. O vinho do porto é licoroso, ou seja, bastante espesso e adocicado. Ele é comumente consumido no final das refeições. Já o vinho verde se assemelha aos espumantes, mas com baixo teor alcoólico e predominância de notas ácidas.
Argentina
A argentina tem uma história semelhante à do Chile, com o início da produção associado à colonização. Nos anos 1990, devido a algumas circunstâncias político-econômicas, a Argentina passou a receber maciços investimentos em seus vinhedos e a qualidade dos produtos aumentou exponencialmente.
Com isso, seus vinhos chamaram a atenção dos apreciadores da bebida, que passaram a admirar os vinhos produzidos na Argentina. Em especial aqueles feitos a partir das uvas Malbec, que se adaptaram muito bem ao terroir de algumas regiões produtoras criando uma personalidade única no mundo.
França
A frança é, tradicionalmente, reconhecida pela sofisticação e capacidade de aprimoramento da bebida. Os vinhos ali produzidos costumam oferecer uma experiência única, tanto pela delicadeza quanto pela profundidade dos seus aromas e sabores.
Uma característica bastante peculiar desse país é a presença de diversas microindicações geográficas, com vinhos muito específicos produzidos em pouquíssima quantidade. Um grande exemplo é o da região de Champagne, cujo nome acabou batizando um tipo de vinho muito apreciado mundo afora.
Itália
A Itália é o país onde o consumo de vinho está mais intimamente ligado à cultura popular. Embora a bebida já fosse produzida em diversas regiões do globo, foi com seu estabelecimento no território italiano que ela se tornou lendária e dominou o mundo.
Lá estão localizadas algumas das indicações geográficas nas quais se produz grande parte dos vinhos mais premiados e apreciados de todos os tempos. Essas regiões têm sua produção controlada pelo governo e os rótulos são certificados e garantidos por processos rigorosos de inspeção.
Espanha
A Espanha tem uma tradição de produtora de vinho tão antiga quanto a de Portugal, mas com características bastante distintas. A Espanha criou legislações, regulamentos e processos bastante específicos, associados principalmente ao tempo de envelhecimento dos vinhos.
Suas variedades de uvas também são muito peculiares e ligadas à personalidade dos seus vinhos. Algumas, como a Tempranillo, são produzidas quase exclusivamente na Espanha. O clima tropical faz com que a bebida ali produzida tenha, predominantemente, características de frescor.
A importância de degustar com variedade
O universo de sabores, aromas e texturas que os vinhos apresentam é imenso, e os bons apreciadores encontram muito prazer em degustar cada um deles. Mas, para conseguir identificar e conhecer o vinho em profundidade, é preciso que você tenha um certo repertório.
Apenas com o consumo de diversos tipos da bebida, e com uma certa regularidade, será possível identificar os detalhes que fazem com que um vinho seja único e digno de reconhecimento. Muitas pessoas consideram que há um certo exagero na atribuição de nuances específicas para um vinho em particular, mas a verdade é que é necessária alguma experiência para reconhecê-las.
Por isso, é importante experimentar sempre. Procure saber algumas características do vinho, respeite as orientações do produtor sobre a temperatura ideal para o consumo e tenha cuidado com a harmonização. E esteja sempre disposto a experimentar vinhos diferentes e com características marcantes, de todas as regiões do mundo.
Uma boa dica é experimentar dois rótulos de cada vez, que tenham características muito semelhantes ou muito distintas, como a origem e a variedade da uva. Avalie com atenção cada gole e você perceberá deliciosas diferenças.
Agora que você sabe um pouco mais sobre os principais países produtores de vinho, leia nosso artigo sobre as uvas Caménère e faça uma experiência com essa marcante uva que renasceu no Chile.
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